Nota sobre a celebração de retomada das atividades presenciais

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Em reunião da CAD (Câmara Administrativa) de 10 de agosto, a vice-reitora e coordenadora geral da universidade, Profa. Dra. Maria Luiza Moretti, falou sobre o planejamento da celebração de reabertura da universidade, com data prevista para o dia 13 de setembro, posteriormente divulgada no site com o título “É hora de iluminar a universidade”. Ela mencionou que o retorno às atividades presenciais será feito aos poucos e que ainda está sendo discutido por grupos de trabalho. Esses grupos discutem o retorno de servidores técnico-administrativos e começarão a discutir o retorno de estudantes, baseando-se também no Plano São Paulo.

É importante pontuar que a APG Unicamp solicitou em reunião que houvesse a participação de representação discente nesse grupo de trabalho e recebeu uma recusa da Profa. Luiza, sob justificativa de que o grupo de trabalho utilizaria critérios técnicos e não políticos. Nessa ocasião nos manifestamos dizendo que estudantes, especialmente na pós-graduação, possuem as competências técnicas necessárias para realizar essa discussão e que a ciência não está descolada da política.

No que se refere ao Plano São Paulo, o governo forçou o retorno presencial das escolas de educação básica sem o devido preparo e planejamento, o que pode ter consequências trágicas. Ainda que a vacinação de profissionais da educação tenha acontecido, há um risco de fazer esse retorno diante das novas variantes, como foi observado em diversos outros países com o aumento do número de casos e mortes. Na segunda semana de agosto, Campinas já investiga surtos de Covid-19 em 10 escolas. O retorno às aulas presenciais na universidade mobilizará grande número de estudantes e docentes, sendo que muitos estão em outras cidades e estados, com diferentes ritmos de vacinação.

Acreditamos que embora a celebração não tenha uma conotação comemorativa, parece precipitado fazer isso quando ainda perdemos 1000 pessoas para a Covid todos os dias. Mais desrespeitoso e constrangedor ainda é ceder às pressões do governador João Dória ao acelerar o retorno usando a autonomia universitária como justificativa.

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