O Grupo de Trabalho

Este grupo de trabalho foi criado em maio de 2020, como deliberação do Conselho de Representantes por Unidades da APG (CRU). O grupo reúne estudantes de diversos institutos e faculdades da Unicamp, em diversos níveis de formação, que estão interessadas/os em levar o debate de cotas na pós-graduação para seus institutos. Nosso principal objetivo, com a criação do GT, fora compartilhar as experiências dos institutos que já contam com a política de cotas na pós-graduação para, então, avaliar seus resultados até aqui e buscar formas de expandir essa ação afirmativa em nossa Instituição.

A partir dessas discussões, realizadas entre maio e agosto, e da constatação da ausência de um acompanhamento institucional dessas ações afirmativas, nos deparamos com demandas que precisam ser enfrentadas coletivamente pela comunidade acadêmica da Unicamp, a fim de garantir um dos principais direitos básicos da população brasileira: o acesso à educação.

Assim, reuniu-se um breve histórico da política de cotas no Brasil e na Universidade Estadual de Campinas a nível de pós-graduação, bem como os avanços e desafios que a implementação desta ação afirmativa traz a nossa Instituição no contexto atual, seguidos de propostas pensadas pelo GT para enfrentarmos conjuntamente os obstáculos que se colocam a ampliação e manutenção da política de cotas na pós-graduação da Unicamp.

Acesso ao Relatório Final do GT Cotas na Pós-Graduação

Recomendações do Grupo de Trabalho

  • A elaboração de um estudo anual sobre a composição racial dos estudantes da pós-graduação da Unicamp, e adoção do critério racial nas pesquisas já feitas pela Pró Reitoria de Pós-Graduação (PRPG), para assim termos um acompanhamento do êxito da política de cotas e promover sua ampliação em mais programas da pós-graduação

  • A formação de um GT para elaboração de uma diretriz que oriente a implementação das cotas étnico-raciais em todos os programas de pós graduação da Unicamp. Esse grupo deve ser composto por membros da CADER, professores/as, funcionários/as e alunos/as, como também por membros da APG, do GT Cotas na Pós-graduação da Unicamp, dos discentes que compõe o CONSU e CCPG, do Núcleo de Consciência Negra da Unicamp, dos Acadêmicos Indígenas da Unicamp e demais coletivos

  • A criação de um observatório de avaliação e melhorias da política de cotas, institucionalizado na PRPG, como órgão colegiado composto pela CADER e demais entidades estudantis, de modo a acompanhar a política de cotas por meio de pesquisas e seminários de avaliação bem como garantam a transparência do andamento da política frente à comunidade acadêmica.

As recomendações apresentadas foram resultantes de um amplo debate entre estudantes, docentes e técnicos que considerou todo o histórico de implementação de cotas na pós-graduação em nível nacional e regional.

Carta aos Candidatos à Reitoria da Unicamp

Campinas, 08 de fevereiro de 2021

Diante das eleições para a sucessão do Reitor da UNICAMP, o GT de Cotas na Pós-Graduação traz suas reivindicações para as três candidaturas, visando comprometimento e engajamento das mesmas no que se refere ao projeto político de implementação, manutenção e ampliação das ações afirmativas nos Programas de Pós-Graduação da universidade.

A nível de pós-graduação, atualmente a UNICAMP conta com cotas nos programas das Unidades FE, IA, IE, IEL e IFCH. Ainda que isso represente grandes conquistas da greve estudantil de 2016, do Núcleo de Consciência Negra (NCN), da Frente Pró-Cotas, o mapeamento indica que há muito a percorrer: de um total de 90 programas, os 23 que aderiram às cotas em seus editais representam apenas 25,5%, sendo que 3 atendem pessoas trans e somente um programa contempla pessoas com deficiência (PCD).

Cabe ressaltar nosso total apoio à CARTA DE DOCENTES PRETOS, PARDOS E ANTIRRACISTAS DA UNICAMP EM DEFESA DAS AÇÕES AFIRMATIVAS. Para além de reiterarmos suas propostas para efetivação das políticas antirracistas, enquanto representação da categoria discente, defendemos as seguintes propostas gerais:

  1. Criação da Secretaria de Ação Afirmativa da UNICAMP, com estatuto de Pró-Reitoria e (infra)estrutura, composta de colegiado paritário;

  2. Realização de um Estudo Institucional de Implementação de Ação Afirmativa para contratação de docentes e funcionários(as) em toda estrutura da UNICAMP, que possam ser norteadores para o processo seletivo de todas as Unidades;

  3. Garantia de representatividade racial e de gênero em todos os cargos de liderança da UNICAMP;

  4. Formação e capacitação de todos(as) os(as) funcionários(as) para Ação Afirmativa (da sua historicidade, política e resultados sociais);

  5. Formulação de projetos de extensão universitária voltados às ações afirmativas e à valorização do público-alvo, de forma articulada com os movimentos quilombola, negro, indígena, LGBTQIA+ e PCD;

  6. Ampliação de cotas para pessoas com deficiência no Vestibular UNICAMP;

  7. Ampliação de reserva de vagas para pessoas trans no Vestibular UNICAMP.

Membros do GT Cotas na Pós-Graduação (2020-2021)

  1. Ana Carolina Rodrigues - IFGW
  2. Ana Paula de Oliveira Faria - IQ
  3. Aline Marcondes Miglioli - IE
  4. Ângelo Roberto Biasi - FEAGRI
  5. Bruna Carolina Garcia - IFCH
  6. Doroti Ferreira Martz - FE
  7. Fernando Cezar C. Esposito - IA
  8. Flávio Franco - IFCH
  9. Gustavo Henrique Lima - IQ
  10. Iago Pinheiro dos Santos - FCM
  11. Ingrid S. C. Taquemasa - IFCH
  12. João Paulo Ferreira Bertacchi - IQ
  13. Larissa da Silva Fontana - IEL
  14. Luci Chrispim Pinho Micaela - FE
  15. Luan Ramos da Silva - FEA
  16. Lucas Dias Pires Gonçalves - IQ
  17. Mayara Gregoracci dos Santos - FE
  18. Messias Cardoso Loiola - FCM
  19. Maria Izabella Souza de Lima - IEL
  20. Patricia Kawaguchi Cesar - IA
  21. Pedro Rangel Caetano - IFGW
  22. Rafahel Parintins - IEL
  23. Robson B. Sampaio - FE
  24. Taina Aparecida Silva Santos - IFCH
  25. Victor Schlude - IEL