Na última terça-feira (08/02), a APG Unicamp e a bancada de representação discente no Conselho Universitário participaram de uma reunião da Reitoria sobre a retomada das atividades presenciais. Esse encontro faz parte de uma série de contatos que a reitoria tem feito neste mês para comunicar as questões do retorno, tendo se reunindo com as direções de unidade, com professores e técnicos e, agora, fez o contato com estudantes. Na reunião com as entidades e representações estudantis foram feitas uma série de apresentações, levando em consideração desde questões epidemiológicas até questões de estrutura do campus. Trazemos um relato das principais preocupações levantadas, de acordo com o tema. Todas as resoluções da Universidade com relação à retomada podem ser encontradas aqui.

Adiamento do retorno

A possibilidade de adiamento do retorno das atividades em 14 de março foi apresentada em reunião, com objetivo de dar tempo para analisar o cenário pós-carnaval, preparar melhor a Unicamp, comunicar a comunidade universitária e avaliar o funcionamento dos serviços no campus, como alimentação e transporte a partir das sugestões e dúvidas levantadas. Veja a nota oficial da Unicamp sobre o adiamento do retorno para 14/03.

Restaurante Universitário e Alimentação

  • Alguns estudantes tiveram dúvidas a respeito das barreiras de acrílico e o distanciamento no RU. Qual será a capacidade com que o RU vai trabalhar no retorno? Haverá café da manhã?

Os restaurantes abrem dia 14 de fevereiro e o RU servirá as três refeições. A princípio, a cada 4 assentos, um seria para uso. O RS admitirá a mesma capacidade com que já vem trabalhando. A capacidade do RA será diminuída em 30%. Com objetivo de minimizar riscos de contágio da Covid 19, conforme orientação da NT- ANVISA 49/2020, foram instaladas barreiras acrílicas nas mesas e balcões de distribuição, serão intensificadas a higienização das mesas e assentos e disponibilizados displays com álcool em gel nos restaurantes.

Com o mesmo objetivo, o formato de distribuição das refeições foi alterado: a bandeja (ou prato) será entregue ao usuário com todos os itens do cardápio do dia, sem possibilidade de escolha dos itens. Da mesma forma, em função do fluxo linear dentro dos restaurantes, também não serão permitidas repetições, não será servido suco e não teremos o cafezinho na saída.

Orientações importantes a serem seguidas: 1) Respeite a marcação de distanciamento no solo; 2) Ao entrar, use a pia para higienização das mãos; 3) Utilize álcool em gel sempre que precisar; 4) Permaneça no refeitório o mínimo necessário, somente para se alimentar; 5) O atendimento preferencial é exclusivo para os casos previstos em lei, não existindo filas de atendimento prioritário de funcionários.

  • Alguns estudantes se sentem mais seguros na opção de distribuição de marmitas do que no retorno do RU. Quais são os argumentos embasaram a decisão do retorno ao RU? A distribuição de marmitas é possível?

A distribuição de marmitas apresentam dificuldades de operacionalização devido a criação de um segundo fluxo de trabalho para a equipe de alimentação do restaurante. A sugestão será avaliada pela Prefeitura do campus e pelo Gabinete do Reitor até o retorno. Outras opções de alimentação no campus estão sendo estudadas para suprir a demanda por cantinas. Para saber mais sobre essas ações, consulte a página do Facebook da Prefeitura Universitária.

O quadro epidemiológico

  • Quantos estudantes já atualizaram suas informações de vacinação no e-DAC?

Segundo dados de 06/02, 90% de alunos de graduação estão completamente vacinados. 81,5% de alunos dos cursos de pós-graduação stricto sensu com comprovação vacinal, o que corresponde a cerca de 2000 alunos que ainda não comprovaram esquema vacinal no e-DAC. Nos cursos lato sensu, 19% dos alunos comprovaram esquema vacinal. No entanto, o universo de alunos é bem menor, representando cerca de 800 alunos.

  • A razão de disseminação da Omicron caiu de um nível muito elevado, mas tem se mantido acima de 1 (100 pessoas transmitem para mais de 100). A emergência de novas variantes está sendo considerada?

A reitoria projeta que o pico já foi alcançado ou está próximo, e que a onda deve começar a cair em algumas semanas, até final de fevereiro. Eles citam que já há uma tendência de estabilização da curva ascendente de casos e um platô que parece apontar para uma queda próxima.

Eles citam que os países que já passaram pelo pico de casos de Omicron tiveram, em média, um período de 30 dias para a curva ascender até o topo. Citam também que a despeito do número gigantesco de casos, o número de mortes é muito menor e que 90% dos casos graves, segundo OMS, são de pessoas não vacinadas.

  • Qual será o procedimento ou protocolo no caso de infecção de um docente, técnico ou estudante que tenha se infectado ao longo do semestre?

Uma cartilha está sendo constantemente atualizada para orientar a comunidade sobre o uso dos espaços do campus. Questões como a prática de esportes, reuniões de entidades e atividades extracurriculares foram trazidas pelas entidades, ainda não constavam no manual e serão levadas em consideração.

Haverá distribuição de máscaras cirúrgicas e PFF2 pelas unidades, que será avaliada de acordo com o risco de transmissão de cada local, dando prioridade a disponibilizar PFF2 em situações de maior exposição. Para ambientes de escritório e sala, com pessoas totalmente vacinadas, a máscara cirúrgica descartável é uma opção estudada. A ideia principal é de que a PFF2 seja distribuída para durar 1 semana, mas a logística não está definida.

Não haverá restrições para testagem. Sintomáticos respiratórios devem comunicar no aplicativo EducaSaúde para que o CECOM entre em contato1. A Reitoria avalia o uso de testes rápidos de antígeno, para agilizar a testagem. Se forem confirmados mais de 3 casos em uma sala em sequência será configurado um surto. Todos deverão ser testados, ter a rede de contatos mapeada e, se for o caso, afastados.

Ensino presencial e ensino remoto:

  • Como está sendo planejado o retorno às aulas presenciais e como funcionarão as salas gêmeas?

Cerca de 20% das disciplinas a serem ministradas vão precisar ser divididas. As demais têm espaço suficiente para acontecer num mesmo local com o distanciamento necessário. O robô EduCart é uma opção aos docentes que terão que fragmentar as turmas, mas seu uso não será obrigatório. Pode-se, por exemplo, dividir os encontros, ao invés de usar salas gêmeas. Existirá um treinamento online e uma estrutura de apoio didático para lidar com a tecnologia.

O robô tem sofisticação na filmagem, fazendo rastreamento de voz para foco automático. Testes estão sendo realizados em vários cenários e configurações de sala. Foram comprados 220 robôs, cada um a 13 mil reais, totalizando o investimento de R$ 2,9 milhões. Esse número de robôs é o número de turmas simultâneas na Unicamp no dia/turno com mais aulas, para garantir que todos possam usar, caso precisem. No que tange a permanência, a reitoria falou que o orçamento é de R$ 100 milhões para este ano e que aumentou em 10% o número de bolsas e houve um reajuste nelas, no valor também de 10%.

  • Desde o início da suspensão das atividades, uma de nossas preocupações era que com o ensino remoto emergencial, a pressão para adotar o EAD de forma permanente aumentasse. Qual é a postura da reitoria a respeito?

A reitoria assume uma posição de compromisso com o ensino presencial, ressaltando que essa é a vocação da Unicamp. Na graduação, as aulas serão presenciais. Na pós-graduação, a Profa. Rachel disse que algumas aulas poderão ser remotas, devido a uma maior flexibilidade dos programas de pós-graduação. Os programas terão autonomia para retornar o semestre de forma híbrida ou mantendo atividades remotas, mas esses casos serão discutidos nas CPGs e CCPG. Esses casos excepcionais e o uso de estratégias de ensino remoto como por exemplo na internacionalização e na participação de membros externos precisam ser discutidos de forma mais aprofundada na CCPG.